Grupo de Estudos Aula 04
Grupo
de Estudos Doutrinários da Umbanda - Aula 04
Niterói,
22 de julho de 2016.
BOA LEITURA!
2. Normas para acesso ao terreiro e à
assistência
Por mais que possa
parecer cansativo, as normas de uma casa ou terreio devem ser sempre lembradas,
pois nós, viventes ainda temos o costume de esquecer nossas obrigações. Se nós
nos esquecemos de fazer as obrigações junto à Zambi, imagina cumprir as
obrigações junto ao terreiro.
Nunca estaremos
longe das tarefas e exigências de boa conduta, mesmo depois do desencarne
seremos direcionados, as fileiras das regras e obediências divinas. Não adianta
solicitar ajuda do alto, se nós não fazemos por onde, pedir se não conseguimos
praticar o mínimo necessário para nos desenvolvermos enquanto pessoa, antes de
ser médium. A vida fora do terreiro deve ser espelho para nossas atividades
mediúnicas.
O desenvolvimento da
sessão deve ser respeitado, conforme as regras estabelecidas pelo Babalorixá
responsável pela casa (Pai Adilson), até os guias são obrigados a obedecer
essas regras. São elas:
A roupa do médium
deve ser exclusivamente para o uso no terreiro, quando a direção pede que não
use roupas coloridas está se referindo a isso. Não use uma roupa que você sai à
noite ou trabalha no dia-a-dia para vir prestar o trabalho da caridade. Sempre
use roupa branca, sempre! O branco não é uma cor, e sim a reunião de todas as
cores numa só. Por isso Oxalá reflete todas as coisas, e por isso não usamos
roupas coloridas, pois assim os nossos mentores superiores ordenaram o uso
apenas de roupas brancas.
As mulheres usam a
BAIANA, roupa destinada aos trabalhos, com uma saia longa, anáguas e blusa
alta, ou seja, não deixando aparecer nenhuma parte dos seios, pois entre as
incorporações podemos perder o controle do nosso corpo e deixar aparecer algo
que não gostaríamos que aparecesse. Não usar maquiagem; batom, rímel e perfume,
pois a assistência não vai ao terreiro para nos ver, e sim receber auxílio dos
guias. Anéis, brincos e colares também são dispensáveis. Tudo o que for VAIDADE
é dispensável, e quanto antes o médium perceber isso, mas rápida será sua
evolução.
Os homens, calça
branca jeans ou tecido (não recomendamos calça de poliéster como calça de
capoeira) roupas largas, para não ficar apertadas no corpo e não sobressair
qualquer parte do corpo masculino. Blusa branca, bata, polo ou blusa de malha
também virgem. Sem perfume, relógios, somente à aliança se tiver, barba feita,
pois a boa aparência faz parte da higiene diária.
Quando trazer um
convidado a nossa casa, fazer o mesmo tipo de orientação, usar roupas claras e
cumprida. Se for trazer médiuns de fora ou mesmo Babalorixá ou uma Ialorixá
orientar da mesma forma e ainda aconselhar a fazer a preparação com preceito e
ervas firmando o anjo de guarda. Se trouxer um ogã, a mesma orientação, pois
não podemos abrir a guarda dos trabalhos para uma pessoa que não está preparada
para evocar com cânticos os guias espirituais. Na dúvida procure sempre os
dirigentes e seus colaboradores.
3. Origem da Umbanda
No final do século passado, já existiam,
no Brasil e principalmente no estado do Rio de Janeiro, várias modalidades de
culto que denotavam, nitidamente, a origem africana. A mistura de catolicismo,
feiticismo negro e crenças nativas dos índios multiplicavam-se. Virou costume a
atividade remunerada do feiticeiro; o "trabalho feito" passou a ser
cultura. Para destruir os efeitos maléficos generalizaram-se os
"despachos", para obter favores para uns e prejudicar terceiros; aves
e animais eram sacrificados, com as mais
diversas finalidades; exigiam-se objetos raros para homenagear entidades ou
satisfazer elementos da baixo astral.
Os Mentores do Astral Superior, porém,
estavam atentos ao que se passava. E muitos espíritos desenvolvidos não
conseguiam mais trabalhar nestas casas, devido à má utilização da fé.
Esta falange de espíritos superiores,
juntos aos espíritos dos índios e africanos escravizados trouxeram o movimento
espiritual destinado a combater a magia negativa que se propagava
assustadoramente. Formaram-se então, as falanges de trabalhadores espirituais,
que se apresentariam na forma de Caboclos, Pretos Velhos e Crianças.
No
final de 1908, Zélio Fernandino de Moraes, um jovem rapaz com 16 anos de idade,
que se preparava para ingressar na carreira militar na Marinha, começou a
sofrer estranhos "ataques". Sua família, conhecida e tradicional na
cidade de Niterói, bairro de Neves, foi pega de surpresa pelos acontecimentos.
Esses
"ataques" do rapaz eram caracterizados por posturas de um velho,
falando coisas sem sentido e desconexas, como se fosse outra pessoa que havia
vivido em outra época. Muitas vezes assumia uma forma que parecia um jovem
esperto que mostrava conhecer muitas coisas da natureza.
Após
examiná-lo durante vários dias, o médico da família recomendou que seria melhor
encaminhá-lo a um padre, pois o médico que era tio do paciente, dizia que a
loucura do rapaz não se enquadrava em nada que ele havia conhecido. Acreditava
mais, era que o menino estava endemoniado.
Alguém
da família sugeriu que "isso era coisa de espiritismo" e que era
melhor levá-lo à Federação Espírita de Niterói, presidida na época por José de
Souza. No dia 15 de novembro, o jovem Zélio foi convidado a participar da sessão,
tomando um lugar à mesa. Tomado por uma força estranha, e contrariando as
normas que impediam de levantar da mesa, Zélio levantou-se e disse: "Aqui
está faltando uma flor". Saiu da sala indo ao jardim e voltando após com
uma flor, que colocou no centro da mesa. Essa atitude causou um enorme tumulto
entre os presentes. Restabelecidos os trabalhos, manifestaram-se nos médiuns
kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e índios.
O
diretor dos trabalhos achou tudo aquilo um absurdo e advertiu-os com aspereza,
citando o "seu atraso espiritual" e convidando-os a se retirarem.
Após esse incidente, novamente uma força estranha tomou o jovem Zélio e através
dele falou: "Porque repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se
dignaram a ouvir suas mensagens. Será por causa de suas origens sociais e da
cor de sua pele?"
Seguiu-se
um diálogo acalorado, e os responsáveis pela sessão procuravam doutrinar e
afastar o espírito desconhecido, que desenvolvia uma argumentação segura.
Um
médium vidente perguntou: "Por que o irmão fala nestes termos, pretendendo
que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que
tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo,
se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca
reflete uma aura de luz? E qual o seu nome irmão?
"Se
querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque
para mim, não haverá caminhos fechados." "O que você vê em mim, são
restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel
Malagrida. Acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da Inquisição em
Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me
o privilégio de nascer como caboclo brasileiro."
Anunciou
também o tipo de missão que trazia do Astral:
"Se julgam atrasados os espíritos de
pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu
aparelho, às 20 horas, para dar início a um culto em que estes irmãos poderão
dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes
confiou.
Neste
imóvel, localizado na rua Floriano Peixoto, nº 30, em Neves, Niterói – RJ
iniciou-se a religião de Umbanda, anunciada no dia 16 de novembro de 1908, pelo
Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Será
uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir
entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. ”
O
vidente retrucou: "Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto”?
Perguntou com ironia. E o espírito já identificado disse:
"Cada colina de Niterói atuará como
porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei".
Para finalizar o
caboclo completou:
"Deus,
em sua infinita Bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal,
rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornariam iguais na morte, mas
vocês, homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os
vivos, procuram levar essas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da
morte. Porque não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do espaço, se
apesar de não haverem sido pessoas socialmente importantes na terra, também
trazem importantes mensagens do além?"
No
dia seguinte, na casa da família Moraes, ao se aproximar a hora marcada, 20h,
lá já estavam reunidos os membros da Federação Espírita para comprovarem a
veracidade do que fora declarado na véspera; estavam os parentes mais próximos,
amigos, vizinhos e, do lado de fora, uma multidão de desconhecidos.
Às
20h, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que naquele
momento se iniciava um novo culto, em que os espíritos de velhos africanos que
haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam lugar para
trabalhar nas seitas de magia negra, já deturpadas e dirigidas em sua totalidade
para os trabalhos de feitiçaria; e os índios nativos de nossa terra, poderiam
trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a
raça, o credo e a condição social.
A
prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica
principal deste culto, que teria por base o Evangelho de Jesus.
O
Caboclo estabeleceu as normas em que se processaria o culto. Sessões, assim
seriam chamados os períodos de trabalho espiritual, diárias, das 20h às 22h; os
participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito.
Deu, também, o nome do Movimento Religioso que se iniciava: UMBANDA – Manifestação do Espírito para a Caridade.
Em
1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu ordens do Astral Superior para fundar
sete tendas para a propagação da Umbanda. As agremiações ganharam os seguintes
nomes:
Tenda Espírita
Nossa Senhora da Guia / Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição
Tenda Espírita
Santa Barbara / Tenda Espirita São Pedro / Tenda Espírita Oxalá
Tenda Espírita São
Jorge / Tenda Espírita São Gerônimo
4.
Linhas da Umbanda
Em
cada Trono Divino há uma Divindade assentada que na Umbanda chamamos de Orixás
Regentes. As Sete Linhas de Umbanda são as irradiações dos Sagrados Orixás, regentes e cada uma dessas essências
que atua num padrão vibratório, estimulando e dando sustentação aos seres que
vivem em todas as dimensões do planeta. A Umbanda tem nas Sete Linhas seus
fundamentos:
A Linha Cristalina estimula
a Fé (Religiosidade)
A Linha Mineral estimula
o Amor/Concepção (Sexualidade)
A Linha Vegetal estimula
o Raciocínio (Conhecimento)
A Linha Ígnea estimula
a Razão (Juízo)
A Linha Eólica estimula
a Ordem (Equilíbrio)
A Linha Telúrica estimula
o Saber (Evolução)
A Linha Aquática estimula
a Maternidade (Geração)
São
sete irradiações, sete padrões vibratórios, sete sentidos da vida e sete
sentimentos. As sete irradiações dão origem a sete essências, que dão
origem a sete elementos, que por sua vez dão origem a sete tipos de matérias ou
energias. Todas são Irradiações Divinas e cada uma flui num padrão próprio que influencia quem é alcançado
por ela, alterando
nossos sentimentos mais íntimos e o nosso padrão vibratório, estimulando
sentimentos mais nobres e virtuosos. Assentados nestas linhas estão os
Divinos Orixás, da seguinte forma:
A Linha da Fé – Oxalá
|
A Linha do Amor - Oxum
|
A Linha do Conhecimento - Oxóssi
|
A Linha da Razão - Xangô / Iansã
|
A Linha da Ordem – Ogum
|
A Linha da Evolução - Obaluaiê / Nanã
|
A Linha da Geração - Iemanjá / Omulu
|
|
5. Orixás
Você não encontrará aqui Lendas que
expliquem os Orixás, porque a Umbanda não se fundamenta em lendas e sim em
observação do funcionamento das forças da natureza. Você não encontrará aqui
"pontos riscados" de entidades, porque é parte integrante do ritual da
Umbanda e, portanto, não deve ser profanado.
v Oxalá
Na Umbanda, oxalá é a Divindade que
está assentada na irradiação do Trono da Fé, cuja essência é Cristalina. Pai
Oxalá é o Regente da Linha da Fé, e suas irradiações
universais são retas e contínuas, projetando-se de forma passiva a todos, o
tempo todo.
Oxalá é o raio reto, o caminho
reto que conduz a
Deus (Olorum). A essência Cristalina de Pai Oxalá contém os Fatores Magnetizador e
Congregador que
estão na base da Criação. Sem o primeiro, nada existiria em nosso planeta, já
que a vida se sustenta por vibração magnética. Já o Fator Congregador tem por
função reunir tudo e todos numa mesma direção e objetivo maior, dando forma e
mantendo a estrutura de todas as coisas e seres. Cada Orixá tem um magnetismo
específico e Oxalá é o próprio Magnetismo, que foi essencial
para a Criação inclusive do nosso planeta, bem como de tudo que nele existe.
Por esse motivo, oxalá é associado ao Sol (cuja luz é essencial para a vida na
Terra) e ao próprio planeta Terra (pois não haveria vida aqui, sem o Fator
Magnetizador de Oxalá). Lembre-se se usar sempre roupas brancas as
sextas-feiras, para absorver mais a energia sublime deste orixá.
Irradiação: Fé
Campo de atuação: Magnetizador e Congregador
Elementos: Essência Cristalina
Cores: Branco (também o dourado e o transparente)
Data comemorativa: 25 de dezembro
Dia da semana: Sexta-feira
Sincretismo: Jesus Cristo
Campo de atuação: Magnetizador e Congregador
Elementos: Essência Cristalina
Cores: Branco (também o dourado e o transparente)
Data comemorativa: 25 de dezembro
Dia da semana: Sexta-feira
Sincretismo: Jesus Cristo
v Oxum
Oxum é a Divindade que está assentada
no Trono Mineral, o Trono do Amor, e atua na vida dos seres
estimulando em cada um os sentimentos de amor, fraternidade e união.
Seu elemento é o mineral. Suas
vibrações, magnetismo e irradiações planetárias atuam sobre os seres estimulado os sentidos de amor
e acelerando a união e a concepção.
Beleza, vaidade e sensualidade. Estes
são atributos que Mãe Oxum, a “deusa” do amor da Umbanda, guarda e estimula nos
seres. Ela rege também a fertilidade e o poder de gestação. Tida como senhora das águas doces que
irrigam os campos, atua na geração da fartura e, por isso, identifica-se com
todas as manifestações de riqueza. Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou
alguém é porque ela está dentro de nós. Como o rio, que sempre caminha para o
mar, Oxum na Umbanda está diretamente ligada à Rainha do Mar, encabeçando a
legião das sereias de águas doces. Oxum é a força dos rios que correm sempre
adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que mata a sede. É a Mãe da
água doce e Rainha das cachoeiras. Orixá da prosperidade e da riqueza interior, ela é
a manifestação do Amor, puro, real, maduro, sensível e incondicional, por isso
é associada à maternidade e ligada ao desenvolvimento da criança ainda no
ventre da mãe. É Oxum que gera o nascimento de novas vidas que estarão no período de gestação
numa bolsa de água – como ela, Oxum, rainha das águas. É Ela também que “tomará
conta” até o nascimento, quando então entrega a Iemanjá, que será responsável
pelo destino daquela criança. Oxum é a mãe das crianças, seres inocentes e sem
maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência.
Os seus filhos são a sua maior riqueza. Oxum é o amor; é a capacidade de sentir
amor.
Irradiação: Amor
Campo de atuação: Agregadora e Conceptiva
Elementos: Mineral e Água Doce
Cores: Rosa (também o azul e o dourado)
Data comemorativa: 12 de outubro e 08 de dezembro
Dia da semana: Quinta-feira
Sincretismo: Nossa Senhora (dos Prazeres, Aparecida e outras)
Campo de atuação: Agregadora e Conceptiva
Elementos: Mineral e Água Doce
Cores: Rosa (também o azul e o dourado)
Data comemorativa: 12 de outubro e 08 de dezembro
Dia da semana: Quinta-feira
Sincretismo: Nossa Senhora (dos Prazeres, Aparecida e outras)
v Oxóssi
Oxóssi é a Divindade que está
assentada no Trono do Conhecimento.
Oxóssi irradia o Conhecimento e atua em nosso mental estimulando a busca pelo
conhecimento no sentido mais amplo da palavra, de modo a expandir todos os
Sentidos da nossa vida. Ele também ampara os seres que fazem bom uso dos
conhecimentos adquiridos, aplicando-os para a própria evolução e no
esclarecimento ao próximo.
Por isso, Oxóssi representa o
arquétipo do Grande Caçador: aquele que vai buscar e nos traz o Conhecimento e
respostas às nossas necessidades de aprendizado
e evolução. Oxóssi é o raciocínio hábil, o cientista, o doutrinador, é
o grande comunicador, é a Divindade da Expansão. É o Senhor do Reino Vegetal,
dono de todos os frutos, ervas e flores e de toda a vida existente nas
florestas, campos, matas e adjacências. É o Senhor da fauna e da flora
planetárias. Seu primeiro Elemento de atuação é o Vegetal (que nos purifica,
limpa, nutre e cura) e o seu segundo Elemento é o Ar (que leva, espalha e
expande).
Irradiação: Conhecimento
Campo de atuação: Direcionador e Expansor
Elementos: Vegetal e Ar
Cores: Verde (também o azul escuro e o magenta)
Data comemorativa: 20 de janeiro
Dia da semana: Quinta-feira
Sincretismo: São Sebastião
Campo de atuação: Direcionador e Expansor
Elementos: Vegetal e Ar
Cores: Verde (também o azul escuro e o magenta)
Data comemorativa: 20 de janeiro
Dia da semana: Quinta-feira
Sincretismo: São Sebastião
v Xangô
Pai Xangô está assentado na Linha da Justiça e está em tudo que gera habilidade no
trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral. Xangô é a ideologia, a decisão,
a vontade, a iniciativa. É a solidez, a organização, o
trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do
povo, a vontade de vencer. Também é o sentido de realeza, o espírito nobre das
pessoas, o poder de liderança.
Para Xangô, a Justiça está acima de
tudo e sem ela nenhuma conquista vale a pena: o respeito pelo rei é mais
importante que o medo. É o protetor dos juízes e operadores do Direito em
geral. Invocamos Pai Xangô para devolver o equilíbrio e a razão aos seres
exageradamente emocionados e desequilibrados e também para clamar pela Justiça Divina,
visando o corte de demandas cármicas para recuperamos o equilíbrio e a saúde
espiritual, mental, emocional e física. Além disso, tudo o que se refere a
estudos, a disputas judiciais, a contratos e a documentos “trancados” pertence
ao campo de atuação de Pai Xangô. Quando pedimos a intervenção da Justiça
Divina é preciso lembrar que ela vai atuar em primeiro lugar em nós mesmos,
verificando o quanto temos sido justos com a nossa própria vida e com os nossos
semelhantes. A balança da Justiça pesa os dois lados de uma questão. E a
machadinha dupla de Xangô corta tudo que não esteja de acordo com a Justiça
Divina, para só então trazer o equilíbrio, a razão e a estabilidade, sempre de
acordo com a nossa necessidade e o nosso merecimento.
Irradiação: Justiça
Campo de atuação: Graduador e Equilibrador
Elementos: Ígnea (das rochas), Fogo e Ar
Cores: Azul claro (também branco cristalino, marrom e prata)
Data comemorativa: 24 de junho
Dia da semana: Quarta-feira
Sincretismo: São João Batista (também São Jerônimo, São Pedro e Moisés)
Campo de atuação: Graduador e Equilibrador
Elementos: Ígnea (das rochas), Fogo e Ar
Cores: Azul claro (também branco cristalino, marrom e prata)
Data comemorativa: 24 de junho
Dia da semana: Quarta-feira
Sincretismo: São João Batista (também São Jerônimo, São Pedro e Moisés)
v Iansã
Mãe Iansã é a Divindade que
está assentada na Linha da Lei, onde atua de forma ativa para absorver os desequilíbrios cometidos no campo da Lei e da Justiça
Divinas e reconduzir os seres ao equilíbrio.
A Divindade Iansã é a qualidade
Direcionadora de Deus (Olorum), que atua de forma permanente em toda a Criação
para que tudo e todos possam evoluir. Tudo na Criação Divina é direcionado para um caminho de
evolução. Enquanto Pai Ogum é o aspecto fixo da Lei, a irradiar
continuamente as Vibrações Divinas da Lei Maior e com elas amparando e
sustentando a tudo e todos de forma passiva (sem forçar ninguém), Mãe Iansã é o
aspecto móvel da Lei, que entra em ação para corrigir
os desvirtuamentos dos seres neste
Sentido da Vida e recolocá-los no caminho reto, de modo que também a Justiça
Divina seja obedecida e aplicada. Pois quando a Lei não é cumprida, a Justiça
também é desrespeitada. Iansã pune quem desvirtua ou se aproveita dessas
Qualidades Divinas com más intenções. Seu campo preferencial de atuação é o
emocional dos seres. Como Divindade
Direcionadora e Movimentadora, Mãe Iansã retira os seres de um caminho
de estagnação evolutiva (provocada por seus desequilíbrios emocionais) e ajuda
a encaminhá-los, cortando os seus excessos emocionais e colocando-os no caminho
correto a seguir. Além de corrigir excessos no campo da Lei e da Justiça, Iansã
é o Orixá que dá amparo àqueles que vivem em obediência à Lei e à Justiça
Maiores, protegendo-os e combatendo
as injustiças que
estejam enfrentando. Sua atuação é ativa, mobilizadora e emocional, mas não é inconsequente
ou emotiva, porque ela é o Sentido da Lei, e a Lei não é apenas punidora, mas
também direcionadora.
Irradiação: Lei/Direcionamento
Campo de atuação: Movimentadora e Ordenadora
Elementos: Ar
Cores: Amarelo ou também o vermelho
Data comemorativa: 04 de dezembro
Dia da semana: Quarta-feira
Sincretismo: Santa Bárbara e Santa Brígida
Campo de atuação: Movimentadora e Ordenadora
Elementos: Ar
Cores: Amarelo ou também o vermelho
Data comemorativa: 04 de dezembro
Dia da semana: Quarta-feira
Sincretismo: Santa Bárbara e Santa Brígida
v Ogum
Ogum é a Divindade que está assentada
na Linha da Lei. Representa a Ordenação Divina, o Governo da Lei Maior em toda a
Criação. Suas Irradiações contínuas amparam e sustentam aqueles que vivem
dentro da Lei e da Ordem Divinas e também socorrem aos que necessitam desse
amparo. Ogum é a Lei, cujo símbolo é a espada, que por sua vez representa o caminho reto, a
retidão de caráter, a honra, a honestidade. Perante a Lei não existe “mais ou
menos”, ou seja, não se pode ser “mais ou menos honesto”: ou se está no caminho
reto, respeitando a Lei Divina, a si mesmo e ao próximo, ou não se está. Ogum é
o Senhor que realiza a abertura de caminhos, a ordenação, o afastamento da desordem e do caos, o
corte das atuações negativas, mas tudo a partir do equilíbrio íntimo dos seres
perante a Lei Divina. A primeira “batalha” que Pai Ogum nos ensina a realizar é vencer os vícios e a desordem
interna para que,
uma vez equilibrados, possamos atrair situações e relacionamentos ordenados,
livres da desordem que nasce do desrespeito à Lei Maior e à Justiça Divina. Lei
e Justiça são interligadas, não se pode obter o amparo da Justiça Divina sem
viver em obediência às Leis da Criação. O dragão subjugado por São Jorge e por São Miguel Arcanjo, que
sincretizam com Ogum, representa exatamente o
trabalho pela vitória sobre as nossas trevas interiores. O dragão é o símbolo da maldade, dos
vícios, das negatividades, do ego exacerbado, da vaidade extrema e da ganância.
Vencendo o dragão, sob o amparo de Ogum, nos habilitamos a atrair situações
favoráveis, sob o amparo da Lei. Porque a Lei atua sem cessar, irradiando-se
para toda a Criação.
Irradiação: Lei
Campo de atuação: Lei e Ordenação
Elementos: Ar e Fogo
Cores: Vermelho, azul-escuro escuro e Prateado
Data comemorativa: 23 de abril
Dia da semana: Terça-feira
Sincretismo: São Jorge (também com Santo Antonio de Pádua)
Campo de atuação: Lei e Ordenação
Elementos: Ar e Fogo
Cores: Vermelho, azul-escuro escuro e Prateado
Data comemorativa: 23 de abril
Dia da semana: Terça-feira
Sincretismo: São Jorge (também com Santo Antonio de Pádua)
v Obaluaiê (Orixá Xapanã
Jovem)
Obaluaiê é a Divindade que está
assentada na Linha da Evolução na Umbanda. Representa e irradia a Vibração
Divina que promove a Evolução
contínua de todos os seres e
elementos da Criação. Pai Obaluaiê irradia o tempo todo sagradas energias que
nos fazem dar um passo à frente, inclusive transmutando ou modificando de forma
positiva todo e qualquer sentimento, pensamento ou energia contrária à nossa
evolução. Essa atuação se dá por meio da luz violeta, essencialmente
transmutadora, a frequência mais alta de todas as cores do arco-íris. Muitos
associam Obaluaiê apenas à ideia do Orixá Curador, “o Médico Sagrado da
Umbanda”, que Ele realmente é., Mas Obaluaiê representa mais que isto: Ele é o
Senhor das Passagens de um plano para outro, de uma dimensão para outra, de um
estado ou condição para outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa,
pois atua diretamente no processo reencarnatória. É um Trono Divino que cuida da
Evolução dos seres, das criaturas e das espécies, por meio da
irradiação dos Fatores Transmutador e Evolucionista. Transmutar significa
transformar o negativo em positivo. Já o seu Fator Evolucionista ou Evolutivo
tem por função criar as condições necessárias para a evolução dos seres. Obaluaiê
nos dá sustentação energética divina para que alcancemos o próximo passo do
caminho evolutivo, para a subida dos degraus do caminho da Evolução. Ele nos encaminha para dar o
passo à frente e deixar
para trás o que não serve mais para a nossa vida, despertando em nosso íntimo o
desapego, a perseverança, a humildade, a paciência, a sabedoria adquirida com a
experiência.
Irradiação: Transmutação e Evolução
Campo de atuação: Transformação e Evolução dos seres
Elementos: Terra e Água
Cores: Violeta (também o branco, o prateado e o bicolor branco/preto)
Data comemorativa: 16 de agosto
Dia da semana: Segunda-feira
Sincretismo: São Roque (também com São Lázaro, celebrado em 17/12)
Campo de atuação: Transformação e Evolução dos seres
Elementos: Terra e Água
Cores: Violeta (também o branco, o prateado e o bicolor branco/preto)
Data comemorativa: 16 de agosto
Dia da semana: Segunda-feira
Sincretismo: São Roque (também com São Lázaro, celebrado em 17/12)
v Nanã
Uma das primeiras
características de Mãe Nanã é a maleabilidade.
Ela desfaz o que está paralisado nos seres, dando-lhes mais movimento. Quando o
ser estaciona num padrão vibratório negativo (pensamentos, sentimentos, crenças
e emoções), insistindo em condutas igualmente negativas, ele se petrifica, fica
impermeável às sugestões do Bem. Neste caso, ele será atraído para o campo de
Mãe Nanã, para se tornar mais flexível. Outra característica de Nanã é a decantação. Ela
trabalha os seres em seus vícios, desequilíbrios e negativismos, fazendo uma
espécie de filtragem dessas energias desequilibradas. Isso acontece
porque Ela é um Orixá “água-terra”. O seu primeiro elemento de atuação é a água
e o segundo é a terra. O elemento água dá maleabilidade ao que estava
endurecido, “amolece”, torna permeável, permite adquirir e absorver outros
valores. Então, a terra se junta à água, formando “um barro” que absorve os
negativismos decantados. Isto gera condições para dar estabilidade àquilo que
ficou de positivo após a decantação. E uma vez que “o positivo” foi
estabilizado no ser, ele poderá recomeçar sua evolução.
Os lagos, mangues e os grandes
rios que correm tranquilamente são Pontos de Força de Mãe Nanã. Pense num lago.
Um lago tem a superfície calma, águas tranquilas, tudo parece estar parado.
Porém, quando você atira nele qualquer coisa, verá que ele puxará para o fundo
e decantará silenciosamente.
Assim é a Energia de Nanã, a
mais velha das Mães das Águas. Diferente de Mãe Oxum, simbolizada pelas
cachoeiras, que são rápidas e representam a energia da Mãe Jovem. E, ao
decantar nossas emoções e sentimentos, ela também pode nos curar,
já que muitas doenças têm forte cunho emocional como raiva, inquietação,
impaciência, ansiedade, nervosismo, ciúme, inveja, etc. Decantando nossos
vícios e desequilíbrios emocionais e mentais, Nanã
nos acalma e nos transforma. Transformados
interiormente, entramos no caminho da cura. Em outras palavras: evoluímos.
Irradiação: Decantação e Evolução
Campo de atuação: Evolução e Transmutação
Elementos: Água e Terra
Cores: Lilás (também Roxo e Rosa)
Data comemorativa: 26 de julho
Dia da semana: Domingo
Sincretismo: Nossa Senhora de Santana
Campo de atuação: Evolução e Transmutação
Elementos: Água e Terra
Cores: Lilás (também Roxo e Rosa)
Data comemorativa: 26 de julho
Dia da semana: Domingo
Sincretismo: Nossa Senhora de Santana
v Iemanjá
Iemanjá é a Divindade que na
Umbanda é a Grande Mãe, a Mãe
da Geração. Está assentada no polo universal positivo ou irradiante do
Trono da Geração e da Vida e rege a Sétima Linha de Umbanda (Linha da Geração).
Iemanjá é a Mãe da Vida, é
a água que vivifica. Seu campo preferencial de atuação é no
amparo à maternidade, porque Ela é Senhora do Mistério Maternal. Simboliza a
Manifestação das Qualidades Geradora e Criativa do Divino Criador. É o Orixá
que irradia continuamente as qualidades
geradoras da vida e da criatividade, abençoando todos os seres de
forma natural, sem forçar ninguém. E sempre ampara aqueles que pedem e buscam
essas bênçãos. Ela irradia o tempo todo seu Fator Gerador e Criacionista, que
estimula a geração e a criatividade das pessoas, trazendo oportunidades de crescimento nos Sete Sentidos da Vida, pois irá
estimular a geração de vidas, de ideias, de fé, de amor e de conhecimento. O
principal elemento de Iemanjá é a água, o elemento das emoções. O mar é regido por
ela (e a Ciência estuda que a origem da vida está nas águas). O mar
representa todas as águas, já que todas as águas correm para o mar. E o mar “lava” os nossos
problemas e mágoas e
renova a nossa vontade de viver. Assim, podemos pedir a Iemanjá que nos ajude a
lidar com as nossas emoções e a equilibrá-las. E sua regência vai muito além da
geração através do sexo, pois representa a Geração da Vida no sentido mais
amplo, como a doação da criatividade que permite aos seres encontrarem seus
“pares”, unindo-se a eles para se multiplicarem e conseguirem melhores
resultados nas suas vidas. Esses “pares” são as Energias emanadas por este
Orixá, que podemos atrair para nos ajudar
a desenvolver nossos potenciais, atrair pessoas, parceiros, grupos de
estudo e outras atividades. Tudo isso está contido no Mistério Maternal de
Iemanjá, que nos dá equilíbrio
emocional e energético, gerando novos caminhos e oportunidades em
nossas vidas.
Irradiação: Geração
Campo de atuação: Criatividade e Geração
Elementos: Água
Cores: Azul claro (também branco cristalino e prata)
Data comemorativa: 08 de dezembro
Dia da semana: Sábado
Sincretismo: Nossa Senhora das Candeias, da Luz, dos Navegantes e da Glória
Campo de atuação: Criatividade e Geração
Elementos: Água
Cores: Azul claro (também branco cristalino e prata)
Data comemorativa: 08 de dezembro
Dia da semana: Sábado
Sincretismo: Nossa Senhora das Candeias, da Luz, dos Navegantes e da Glória
v Omulu (Orixá Xapanã Velho)
Omolu é o Orixá assentado na
Linha da Geração, onde é o Regente
do Equilíbrio na Criação Divina. Pai
Omulu é o Guardião da Vida. É rigoroso, mas compreensivo, ainda que não o
demonstre.
O Orixá Omolu paralisa tudo
aquilo que atenta contra os Sentidos da Vida. É a Presença de Deus garantindo a
Vida e a Geração. É a profundidade da Terra. As irradiações do Sagrado Pai
Omolu garantem o equilíbrio da Criação, pois atraem
para o Seu campo todos os seres que se desequilibraram e passaram a atuar de forma
desvirtuada, atentando contra qualquer dos Sentidos da Vida. O magnetismo de
Omolu é absorvente e suas ondas são alternadas. Omolu é também o Orixá que rege a morte física,
ou seja, o instante seguinte à passagem do plano material para o plano
espiritual (desencarne). Mas Omolu não traz a morte, como alguns parecem
imaginar. Na verdade, Ele representa
“a morte” daquilo que atenta contra o Sentido da Vida e da Geração, o
que é bem diferente. E Omolu também não traz a doença. Ele traz, sim, “a morte”
da doença, do desequilíbrio e do vício para viabilizar a restauração da saúde
geral dos seres desvirtuados e desequilibrados (saúde espiritual, moral,
mental, emocional e física). Ou seja: Omolu representa “a morte” no sentido de
trazer o fim a um estado de doença ou de desequilíbrio e sempre para a
preservação da Vida, no sentido mais elevado da palavra. Assim, quem de alguma
forma atenta contra a vida do semelhante está “matando” o Sentido da Geração.
Tudo isso é atraído para o campo de Pai Omolu, que irá acionar o Seu fator paralisador sobre aquele ser desvirtuado.
Irradiação: Geração
Campo de atuação: Paralisador, gerando Estabilidade e Equilíbrio
Elementos: Telúrico (da Terra)
Cores: Roxo (também branco/preto/vermelho ou branco/preto juntos)
Data comemorativa: 02 de novembro
Dia da semana: Segunda-feira
Sincretismo: São Bento
v Pretos Velhos
Os Pretos Velhos na Umbanda são
entidades elevadas que se apresentam estereotipados como anciãos negros
conhecedores profundos da Magia Divina e da manipulação de ervas. São excelentes mandingueiros,
mestres dos elementos da natureza, os quais utilizam em seus
benzimentos e trabalhos espirituais.
Crê-se que em referência à dor
e aflição sofrida pelo povo negro durante a escravidão, a Linha de Pretos
Velhos reflita a humildade, a sabedoria, a paciência e a perseverança. Vale
dizer que não necessariamente todos foram escravos;
sua sabedoria e humildade são características marcantes e sua calma e
ensinamentos são profundos, daí também a referência a estes iluminados seres da
Criação. A característica
principal desta linha é a sua elevada orientação espiritual. A Linha
de Pretos Velhos na Umbanda é regida pelo mistério Ancião, na força do Orixá Obaluaiê
que é o Orixá sustentador da Evolução, da transmutação
e transformação dos
seres. Mas os Pretos Velhos também se apresentam e transitam dentro da linha de
outros Orixás.
Regência principal: Obaluaiê
Campo de atuação: Sabedoria e Perseverança
Cores: Branco
Campo de atuação: Sabedoria e Perseverança
Cores: Branco
v Caboclos
A Linha dos Caboclos se
apresenta na irradiação de um ou mais Orixás, pois eles próprios são filhos de determinado
Orixá e perante outros foram iniciados para trabalharem em Seus Mistérios.
Exemplos: Caboclo Pena Branca (de Oxóssi e Oxalá); Caboclo Pena Dourada (de
Oxóssi e Oxum) e assim por diante.
Os Caboclos são espíritos muito
esclarecidos e caridosos, assim como os Pretos Velhos. Tiveram
encarnações como cientistas, sábios, magos, professores e intelectuais. Alguns,
em determinada encarnação, foram mesmo índios. No decorrer de encarnações,
elevaram-se e vêm na Umbanda para auxiliar aos irmãos enfermos da alma e do
corpo. Muitos são escolhidos pela Espiritualidade para serem os Guias-Chefes
dos Terreiros ou então de seus médiuns, dando nomes a seus Templos. Na
linguagem comum, a palavra “caboclo” designa o homem nativo, às vezes mestiço
de branco com indígena. Mas na Umbanda o significado vai além. Os espíritos que
se apresentam na Umbanda como Caboclos assumem a forma plasmada de “índios” em
homenagem aos povos nativos do Brasil e de outras regiões da Terra que nutriam
uma forte relação de amor e de respeito à Natureza e muito contribuíram com seus
conhecimentos e valores morais e
culturais para a formação da nossa Pátria.
Os Caboclos nas Giras de
Umbanda são um exemplo de forma
de vida simples, natural, livre de preconceitos e artifícios, de arrogância e de
vaidade. Sua atuação junto de nós é libertadora, própria daqueles que
evoluíram.
Regência principal: Oxóssi
Campos de atuação: Conhecimento, Expansão e Cura
Cores: Verde
Campos de atuação: Conhecimento, Expansão e Cura
Cores: Verde
v Baianos
A Linha dos Baianos da Umbanda
engloba espíritos de antigos Sacerdotes da Bahia e de outras regiões, tendo a
Regência direta do Orixá Iansã. Esta Linha surgiu para homenagear os antigos
Pais e Mães no Santo da Bahia que foram os primeiros a trabalhar para a
preservação e a divulgação do culto aos Orixás em nosso país e enfrentando toda
sorte de dificuldades e preconceitos. Também tem uma ligação com os
Orixás Oxalá e Oyá-Tempo, já que seu Arquétipo diz respeito a questões da Fé e
da Religiosidade.
Manifestam-se de forma alegre e movimentada e gostam
de uma boa conversa. Nos
trazem seu axé, sua energia positiva, e têm muito a nos ensinar, sempre com uma
resposta certeira e rápida para as nossas dúvidas e questionamentos. Na sua
forma de trabalhar, trazem muito das qualidades de Mãe Iansã: são bastante ativos,
movimentadores, irrequietos, despachados e descontraídos. Sabem ouvir, dar bons conselhos e
levantar o ânimo dos entristecidos. Neste caso, conversam bastante,
transmitindo conforto e segurança aos consulentes. Seu objetivo é nos ajudar a
manter uma conduta reta
na vida, para que a Lei e a Justiça Divinas nos amparem. Baiano é
alegre, Baiano brinca, mas também sabe falar sério e, nessas horas, vai direto
ao ponto.
Regência principal: Iansã
Campos de atuação: Força Movimentadora
Cores: Amarelo, branco e vermelho
Campos de atuação: Força Movimentadora
Cores: Amarelo, branco e vermelho
v Boiadeiros
Os espíritos que se manifestam
na Umbanda na Linha dos Boiadeiros são
aguerridos, valorosos, de poucas palavras, mas de muitas ações.
Apresentam-se como espíritos que encarnaram, em algum momento, como tocadores
de boiada, vaqueiros entre outros. Os seus pontos cantados sempre aludem a bois
e boiadas, a campos e viagens, a ventanias e tempestades. O Arquétipo da Linha
de Boiadeiros é a figura mítica do peão sertanejo, do tocador de gado, dos
homens que viveram na lida do campo e dos animais e que desenvolveram muita força e habilidade para
lidar contra as intempéries e as adversidades. O laço e o chicote são seus
instrumentos magísticos de trabalhos espirituais. Eventualmente usam colares de
sementes ou de pedras. São combativos, inclusive no corte de magias negativas,
porque conseguem promover “um choque” em nosso campo magnético e liberá-lo de
acúmulos negativos. É um Arquétipo forte, impositivo, vigoroso, valente e
destemido. Representa a
natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão,
também chamado de caboclo sertanejo. Muitos deles foram mestiços, trazendo à
nossa lembrança a essência da miscigenação do povo brasileiro, com seus
costumes, crendices, superstições e fé.
Nem todos foram, de fato,
“boiadeiros”, mas todos eles têm em comum a capacidade de atuar num campo
específico e que caracteriza a Linha, qual seja o de nos trazer uma energia vigorosa, muito útil
na quebra de cargas e magias negativas e para desfazer “cristalizações”
mentais negativas, pois os Boiadeiros atuam no campo da Lei Divina e na Linha
do Tempo.
Regência: Ogum
Campos de atuação: Força Ordenadora e Direcionadora
Dia da semana: Terça-feira
Cores: Azul escuro e amarelo
v Ciganos
Os Ciganos se manifestam na
Umbanda como uma Linha voltada bastante para a magia visando a prosperidade, a união
familiar, o amor, a cura e a superação de preconceitos e de bloqueios
emocionais.
A Linha dos Ciganos na Umbanda
traz o arquétipo de um povo muito antigo e místico, de alma livre, desapegado
e, por isso mesmo, capaz de atrair a prosperidade no campo espiritual e
material e de ensiná-la a quem precise. O desapego e o senso de
liberdade aparecem na
sua maneira de viver, que é sustentada em suas crenças, tradições e na
valorização da família. Nunca se envolvem em disputas por domínio ou
conquistas. Os Ciganos são grandes conhecedores da magia, alegres, amantes da
natureza, serenos e sábios conselheiros. São portadores de uma Energia que
favorece muito a prosperidade, pois estimula nas pessoas um sentimento de liberdade,
de amor e celebração da vida, bem como o desapego, fatores indispensáveis para
se atrair a ”boa sorte” e “a fortuna”. Gostam de música e dança, e suas Giras
são envolventes, coloridas pelas suas vestes e, acima de tudo, pela sua energia
alegre e amiga. Usam muitos elementos magísticos, tais como: lenços e fitas
coloridas, moedas, punhais, espelhos, taças, chaves, baralho, dados, pedras,
runas, leques e incensos. Observam muito as fases da Lua para os seus
trabalhos. No geral, a Lua Cheia é considerada a mais favorável, é a “lua
madrinha” dos Ciganos.
Regência principal: Xangô
Campo de atuação: Prosperidade, Amor e Cura
Cores: Principalmente Amarelo e Vermelho
Campo de atuação: Prosperidade, Amor e Cura
Cores: Principalmente Amarelo e Vermelho
v
Erês – Crianças
O termo Erê vem do Yorubá “iré” que
significa “brincadeira, divertimento”. Erês, Crianças, Ibejada, Dois-Dois, são
nomes pelos quais os Guias ou Entidades de caráter infantil que incorporam na
Umbanda são conhecidos pelo Brasil. Esta linha possui um alto poder de renovação dos
seres, capaz de alegrar todos ao redor, sendo que o Amor é a
própria energia manipulada pelas crianças. São espíritos naturais que jamais
passaram pelo processo de encarnação; são seres de imensa luz e sabedoria. No
decorrer das consultas vão trabalhando sobre o consulente, modificando e equilibrando sua
vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo
humano. Esses seres, mesmo sendo puros não são tolos, pois identificam muito
rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta,
pois nos alertam sobre eles. Eles manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes
só encontrados nos próprios Orixás que os regem. Apesar de possuírem um
arquétipo aparentemente frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu
objetivo com uma força imensa. Embora as crianças brinquem, dancem e cantem,
exigem respeito para o seu trabalho, pois atrás da sua vibração se revelam
espíritos de extraordinários conhecimentos. A Festa de Cosme e
Damião, santos católicos sincretizados com Ibeiji, realizada em 27 de setembro,
é muito concorrida em quase todos os Terreiros do país.
Regência principal: Oxum
Campo de atuação: Renovação e Amor
Cores: Azul, Rosa e Branco
v Exus
Na Umbanda, as Entidades Exus
compõem uma Linha de Trabalho à Esquerda. São, em geral, espíritos humanos que tiveram
várias encarnações, cometendo erros e acertos, como todo ser humano,
mas com um diferencial: se conscientizaram e retomaram o caminho da Lei Divina,
obtendo permissão para se assentarem à Esquerda dos Orixás e trabalharem no
auxílio à nossa evolução. Os Exus absorvem
e esgotam as negatividades dos seres que
se desviaram das Leis do Criador, em qualquer dos Sete Sentidos da Vida. Em
seguida, vitalizam as qualidades positivas dos seres e então os neutralizam,
deixando seus magnetismos aptos a que retomem o caminho da evolução. O Orixá
que dá sustentação às Entidades Exus é o Orixá Exu. Na Umbanda, este Orixá não é
cultuado diretamente, mas está presente e atuante, pois as Divindades existem e
estão presentes em nossas vidas, ainda que alguém não as reconheça. Os
Exus que trabalham na Umbanda atuam nos Sete Sentidos da Vida, ou seja, atuam
nos campos de todos os Orixás. É por isso também que Exu é tido como o dono das encruzilhadas.
A Encruzilhada pode ser entendida como o encontro de duas realidades, de duas
verdades diferentes, tais como: matéria/astral; razão/emoção; luz/trevas;
ou, literalmente, pode ser o encontro de dois caminhos. Esta é a representação
do ponto de força de Exu, pois está em todos os caminhos, em todos os lugares e
passagens, e não apenas na encruzilhada de rua. Todos os pontos que marcam a entrada e a saída de uma
realidade são pontos de
firmeza e de manifestação de Exu. Exu guarda a quem faz por merecer o amparo da
Lei Divina, mas também intervém como Executor da Lei contra quem viola as Leis
do Criador, para esgotar suas negatividades. Quando elas forem esgotadas, Exu vitaliza as qualidades
positivas do ser para
então neutralizar-lhe o magnetismo. A partir de aí aquele ser tem como
recomeçar o trabalho evolutivo que a cada um compete. Exu não ataca a
ninguém; só intervém por um comando da Lei Maior ou quando é ativado misticamente.
Nos trabalhos religiosos de Umbanda, também a atuação de Exu é sempre delimitada
pela Lei Divina, e sempre para o Bem.
Regência principal: Trabalham com vibração das Sete Linhas de
Umbanda – Todos os Orixás
Campo de atuação: Absorve, neutraliza e Vitaliza os
seres
Cores: Preto ou Preto e Vermelho (bicolor)
Dia da semana: Segunda-feira
Cores: Preto ou Preto e Vermelho (bicolor)
Dia da semana: Segunda-feira
v Pombagiras
Na Umbanda, há uma Linha de
Entidades de Trabalho que se identificam como Pomba Gira (ou Pombagiras) e que
atuam na chamada Linha de Esquerda. São espíritos
humanos que tiveram várias encarnações e que, com o tempo, obtiveram a permissão
da Lei Maior para se assentarem à Esquerda dos Orixás e trabalharem em favor da
nossa evolução. Dentro da Umbanda, o nome Pomba Gira pode ser traduzido como:
mensageira dos caminhos à Esquerda. “Pomba” é um pássaro que já foi usado como
correio (pombos-correios); e “gira” expressa a ideia de movimento, caminhada,
deslocamento etc. Como essas Entidades atuam na Esquerda, vem o significado de mensageira dos caminhos à
Esquerda. Na Umbanda, a Pombagiras é cultuada como Entidade de
Trabalho, como Espírito
que trabalha a serviço da Luz e
que, portanto, só pode praticar o Bem. Como todas as Entidades, a atuação
de Pombagiras é sustentada por um Orixá. Este Orixá Sustentador manifesta um
Mistério Divino e é chamado de Orixá Pombagiras. O Trono que corresponde ao Mistério Pombagiras é
denominado Trono do Estímulo ou do Desejo, pois esta é a Energia que Pombagiras
nos transmite, e com muita propriedade: o despertar do estímulo, do gosto pela
vida, o “start” para levarmos avante os nossos esforços pela conquista de uma
vida melhor, mais saudável e equilibrada, em todos os setores.
Regência principal: Trabalham com vibração das Sete Linhas de
Umbanda – Todos os Orixás
Campo de atuação: Estímulo, Desejo pela vida
Cores: Vermelho ou bicolor vermelho/preto
Dia da semana: Segunda-feira
Cores: Vermelho ou bicolor vermelho/preto
Dia da semana: Segunda-feira
v Malandro
A Linha dos Malandros da
Umbanda traz para dentro do ambiente Sagrado os excluídos da sociedade. São
espíritos que em alguma encarnação, por conta do preconceito racial, foram
considerados párias e marginalizados pela sociedade, mas que lidaram com essa adversidade
sem perder sua Fé, sua identidade e seu bom humor. Após desencarnarem,
continuaram suas evoluções até alcançarem um Grau perante a Espiritualidade que
lhes permitiu voltar à Terra na condição de Guias Espirituais, para nos
reconduzir ao Divino. Ao mesmo tempo, a Linha dos Malandros simboliza a
aproximação dos excluídos com o Divino e ainda, para todas as pessoas, a
possibilidade de uma reflexão sobre o preconceito e as exclusões sociais. Mas,
primeiro, cabe lembrar que não
se trata do “malandro” no sentido vulgar da palavra. Os Espíritos que se
apresentam na Umbanda dentro da Linha de Malandros vêm nos ensinar a flexibilidade, a capacidade de
adaptação diante dos
obstáculos, o “jogo de cintura” e o bom humor que se obtêm através do
sentimento de Fé na Vida e em si mesmo e do equilíbrio das emoções, dos
pensamentos e dos sentimentos. De alguma forma, em algum momento das suas
existências, eles vivenciaram tudo isso e podem nos auxiliar.
Os Malandros nos ensinam que a
vida é feita de experiências e todas
visam nos ensinar algo de positivo; que não há obstáculos insuperáveis,
pois, as transformações promovem renovação e evolução constantes.
Regência principal: À Esquerda da nossa Dimensão
Campo de atuação: Limpeza, Purificação e Abertura de Caminhos
Cores: Branco/preto; branco/vermelho; vermelho/preto
Campo de atuação: Limpeza, Purificação e Abertura de Caminhos
Cores: Branco/preto; branco/vermelho; vermelho/preto
6.
Oração de Encerramento
Zambi,
nosso pai justo e misericordioso, agradecemos as graças que nos tem abençoado.
Agradecemos, Senhor, pelos benefícios que nos concedestes, permitindo que os
trabalhos desta casa, sob o patrocínio de nosso Bom Jesus, não fossem desviados
dos fins a que se propunham.
Maria,
Virgem santíssima, recebei nossos agradecimentos pela benevolência com que
acolheste as nossas súplicas.
São Jerônimo, padroeiro dos estudos das Sagradas Escrituras rogai a Deus por nós, para que suas palavras e o amor de Jesus o Cristo possam fazer parte de nossa vida em qualquer lugar que estejamos.
São Jerônimo, padroeiro dos estudos das Sagradas Escrituras rogai a Deus por nós, para que suas palavras e o amor de Jesus o Cristo possam fazer parte de nossa vida em qualquer lugar que estejamos.
Livrai-nos
das perseguições dos maus espíritos e que a vossa luz e o vosso conhecimento
possam conduzir esses filhos errantes a senda divina do nosso Pai Criador.
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